6° Tendencies Rock Festival: Entrevista com NAHTAIVEL - PR

De volta com mais uma entrevista da Série “6° Tendencies Rock Festival”, hoje a entrevista é com Fernando NAHTAIVEL, um show que promete assustar o “público despreparado” da 3° Noite do evento (25/04). Vindo de Curitiba-PR, o músico manda uma mistura de Industrial, Black Metal e Dark Electro, que sem dúvida nenhuma, será uma atração de peso para a noite do dia 25 de Abril.

Confiram as influências, um pouco da história do projeto, e também um pouco do novo cd “Killer Speaks”, lançado pela Wave Records, nessa entrevista com um nome consolidado na cena industrial nacional.

Nausearréia: Fala ai Nahtaivel, antes de montar esse novo projeto você já passou por outras bandas e tal, cita algumas delas (se puder passar os links), e fala como e quando teve a idéia de montar o projeto solo?

Nahtaivel: Olá Ithalo, primeiramente muito obrigado pela oportunidade!

A idéia de montar o Nahtaivel venho da vontade de fazer uma música eletrônica de forma agressiva e obscura. Que funcione tanto para ouvir individualmente ou na pista, e que seja baseado em melodias tétricas e não somente em percussão e efeitos sonoros como muitos projetos são.

Sobre as bandas que já passei, eu tenho uma banda de black metal chamada Insane Devotion, a banda está a alguns anos parada, mas temos planos de lançar novos trabalhos no futuro. Inclusive temos nossos 2 trabalhos inteiros disponíveis para download na página www.insanedevotion.com.br

E gravei e toquei ao vivo com diversas outras bandas de metal, como Reverence, Evilwar,  A Tribute to the Plague e Doomsday Ceremony. No momento estou gravando teclados para o novo trabalho do Doomsday além de novas composições para o Nahtaivel.

Nausearréia: Os sons têm uma pegada extramente pesada e o vocal também é bem sujo lembrando muito a sonoridade do Black Metal, essa fusão eletrônico/metal acaba causando realmente sentimentos caóticos no sensor auditivo rs. Quais as principais influêncies, e do que falam as letras?

Nahtaivel: Neste último cd, Killer Speaks, falo principalmente de sentimentos que levam alguém a cometer uma chacina e suicídio, como várias que ocorrem em universidades, shoppings, trabalho, etc... As letras abordam as frustrações e o ambiente que podem levar alguém a tomar uma atitude extrema como esta. A maioria das letras, o título e o conceito visual do cd são baseados neste princípio. Mas há letras sobre outros assuntos também ligados a violência.

Quero desenvolver um trabalho bem original, mas também acabo absorvendo influência de tudo que ouço. Acho que o que fica mais evidente é o black metal, e bandas eletrônicas como Frontline Assembly, Skinny Puppy e Depeche Mode. Também escuto muita música clássica de compositores como Mahler, Stravinsky, Liszt, Chopin, Villa-Lobos, etc...

Nausearréia: Então velho, como foi a produção do cd “Killer Speaks”, esse que já é o teu terceiro trabalho, mas o primeiro lançado em cd físico, qual a principal diferança desse trabalho, para os outros discos virtuais anteriores? Onde a galera consegue adquirir o trampo, e também os links pra ouvir os discos anteriores?

Nahtaivel: O cd foi inteiramente gravado e composto em meu estúdio, no espaço de um ano. Ele foi lançado pela gravadora brasileira Wave Records, que está me dando um grande apoio, assim como também a outras bandas e a cena brasileira em geral. O cd pode ser adquirido entrando em contato comigo (nahtaivel93@hotmail.com) ou com a Wave Records. Também está disponível samples do Killer Speaks, e meus dois álbuns completos anteriores na página do Nahtaivel: www.nahtaivel.com

Acho que a principal diferença deste álbum para os anteriores é que ele é mais agressivo, diversificado e maduro. Nele meu estilo está mais seguro e evoluído. Acho que ele é melhor em todos os aspectos aos trabalhos anteriores que lancei somente em formato virtual como Nahtaivel.

Nausearréia: Como que ta a consolidação da cena que engloba a mistura do metal com eletronico no Brasil, os lugares e festivais que rola mais esse estilo de som? Aproveita e já manda os que tu tocou e os que deseja tocar.

Nahtaivel: Eu acho que o cenário EBM e Industrial tem muito a crescer ainda no Brasil, temos ótimas bandas, como Pecadores, Enger, Hatech, Magnamater, Euphorbia, Mecanotremata etc... E os locais para shows estão aumentando. Mas ainda faltam publicações e lojas dedicadas ao gênero, o público em muitas cidades ainda é pequeno, e há poucos promotores que fazem festas periodicamente.

Eu toquei várias vezes em Curitiba, em três edições da festa Bio Dementia, nas duas edições do Industrial Noise Festival e em uma edição da Cyberdelic produzida pela Metropolis Project. Também toquei em Caxias do Sul/RS, Porto Alegre/RS e abri o show do Project Pitchfork em São Paulo/SP.

Espero tocar cada vez mais por todo o Brasil, e será uma grande honra estar pela primeira vez no norte de nosso país.

Nausearréia: Aqui no Tocantins ta rolando uma tentativa de divulgar toda a versatilidade do rock, na edição passada do Tendencies Rock Festival teve a presença do Pecadores de SP, também de Industrial, um grande show que engrandeceu o festival, e que também despertou um certo temor em algumas pessoas presentes. Qual a reação você espera causar no público do Tendencies Rock?

Nahtaivel: Falei com o pessoal do Pecadores, e eles falaram que foi ótimo tocar em Palmas! O que me deixou mais ansioso para o show.

Espero que todas as pessoas que apreciam formas extremas de música gostem do show. E espero também que algumas pessoas que gostam de outros estilos comecem a se interessar pelo EBM e Industrial.

Pela diversidade de estilos que tocarão no festival, não me espantará ver que algumas pessoas ficarão chocadas com a música e performance.

Nausearréia: Aproveitando a pergunta anterior, qual a tua opnião sobre os festivais que tentam mesclar os diversos seguimentos do rock, vantagens e desvantagens?

Nahtaivel: Eu acho ótimo. Pois abre espaço para pessoas que não conhecem um estilo musical passem a conhecê-lo. E também gera um intercâmbio entre as cenas. Não vejo desvantagens, a não ser que haja misturado estilos que não enxerguem a música como arte.

Nausearréia: Valeu pela entrevista, sem dúvida foi uma grande ajuda para o blog, para o festival e também para o underground tocantinense! Aproveita esse último espaço pra falar mais alguma coisa além, um recado, qualquer coisa, pode xingar e falar mal, não vai ser cortado na edição rsrs.

Nahtaivel: Mais uma vez muito obrigado pela oportunidade. Estou muito ansioso para o show. Nunca toquei no norte e será ótimo conhecer novas pessoas e a cidade de Palmas. Espero que gostem do show e que seja um ótimo festival para todos!

Contato: nahtaivel93@hotmail.com

Assista um pouco do que vem por aí: 

Por Kid Kodó