Estamos na véspera do maior festival de rock do Tocantins acontecer. Desta vez, a entrevista é com o grande nome do festival, a banda que possivelmente atrairá a maioria do público e encerrará a segunda noite do 6° Tendencies Rock Festival.
O grupo que começou em Porto Alegre (RS) no ano de 1986 com o trio Thedy Corrêa (baixo e voz), Carlos Stein (guitarra) e Sady Homrich (bateria) virou quarteto em 1992 com a entrada de Veco Marques (guitarra e violão), e completou o quinteto em 1996 para enriquecer o som produzido através de João Vicenti (acordeom, teclados e vocais). A partir daí, jamais alterou qualquer integrante. Após um estrondoso sucesso nos anos 80 tendo a música Camila, Camila como a mais tocada no verão de 1986/1987, além do hit Astronauta de Mármore, a banda continua em atividade e está próxima de completar 23 anos de carreira, sem deixar de lançar discos cada vez melhores pela experiência obtida.
Com vocês, a entrevista com Thedy Corrêa, vocalista do Nenhum de Nós.
Nausearréia: O Nenhum de Nós foi formado logo após a saída do guitarrista Carlos Stein do Engenheiros do Hawaii. Na época, quais foram as vantagens e desvantagens de começar a banda com um ex-Engenheiros na formação? Thedy Corrêa: Ele já tinha uma guitarra! Fora isso, nenhuma vantagem, pois acho que o Carlos nunca teve uma cabeça de EngHaw. Tanto que a música do Nenhum é bem diferente da dos Engenheiros.
Nausearréia: Após 22 anos de banda, a única mudança na formação foi a entrada de dois novos integrantes que se somaram ao trio original. Qual o segredo da banda para manter a mesma formação após tantos anos de convivência? Thedy Corrêa: Não existe um “segredo”. Respeito, amizade e amor pelo que fazemos nos mantém juntos e na atividade.
Nausearréia: O Nenhum de Nós já fez versões bem sucedidas de músicas como Astronauta de Mármore (Starman, do David Bowie) e Eu e você sempre (Jorge Aragão). Vocês pensam em lançar um álbum só de versões? Thedy Corrêa: Temos uma faceta de intérpretes que muito nos agrada. Recriar canções, dar uma leitura particular e de relevância artística é um desafio. Talvez ainda façamos, sim, um disco de intérprete.
Nausearréia: Algumas bandas oitentistas ainda vivem do passado. O Nenhum de Nós lançou em 2005 um excelente disco (Pequeno Universo), mesmo assim, nenhuma música jamais alcançou tanto sucesso como Camila, Camila e Astronauta de Mármore. Em sua opinião, qual a razão disso acontecer? Thedy Corrêa: Assim como não existe uma boa explicação para se obter o sucesso, é difícil encontrar um diagnóstico preciso para os sucessos que não aconteceram. Creio que em uma escala menor – público mais do rock – conseguimos canções com tanto sucesso quanto estas. Paz e Amor, Você vai lembrar de mim, Vou deixar que você se vá e Julho de 83 são um bom exemplo disso.
Nausearréia: Qual disco você acha que deveria ter sido recebido com mais atenção/carinho e qual música você mais se orgulha de ter feito e gostaria que tivesse virado sucesso? Thedy Corrêa: São dois: Paz e Amor e Histórias Reais Seres Imaginários
Nausearréia: Camila, Camila é uma canção que defende os direitos das mulheres. Quais são as principais causas sociais defendidas pela banda? Vocês participam ativamente de algum projeto? Thedy Corrêa: Participamos e apoiamos o projeto Vida Urgente e o Instituto do Câncer Infantil de Porto Alegre. O Vida Urgente trata da conscientização do jovem em relação ao trânsito. Se beber, não dirija!
Nausearréia: Geralmente, as bandas gaúchas são facilmente reconhecidas por possuir um som característico. Na música Vou deixar que você se vá, a banda incorpora o acordeom em sua sonoridade, e isso deixa o som mais gaúcho do que o comum. Como é a relação da banda com a música regional gaúcha? Thedy Corrêa: Temos muita relação. Além do Veco e do João Vicenti que trabalharam muitos anos diretamente nesta área, temos uma influência grande de artista do gênero, como Luiz Marenco.
Nausearréia: O Nenhum de Nós é uma banda muito conhecida no mainstream. Tenho informações de que vocês se declaram independente atualmente. Como é essa transição do mainstream para o independente? Thedy Corrêa: Para nós ocorreu naturalmente, pois começamos muito cedo a criar projetos artísticos e só DEPOIS saíamos a procura de parceiros. Independência artística sempre foi nossa principal preocupação. Quanto aos meios, estamos sempre buscando e adaptando os novos meios ao nosso trabalho. Seja na tecnologia, na internet ou em alguma estratégia de guerrilha.
Nausearréia: Quais bandas deste novo cenário do rock independente nacional tem chamado mais a atenção de vocês e qual a diferença entre começar uma banda hoje e há 20 anos? Thedy Corrêa: Posso falar das do sul. Gosto muito da Pública e do Dinartes. Hoje está mais difícil de começar, pois a eficácia dos canais de comunicação com o público está cada vez mais nebulosa.
Nausearréia: No Tendencies Rock Festival, será a primeira vez que vocês se apresentam no Tocantins, e também a primeira vez em um dos 38 festivais filiados à ABRAFIN (Associação Brasileira de Festivais Independentes). Quais são as expectativas da banda e o que tem preparado de especial para este show? Thedy Corrêa: Creio que já era hora do Nenhum entrar em um festival independente. Como eu disse, desde cedo (1994) nos comportamos e conduzimos nossa carreira como banda independente.Tem muita gente que não enxerga isso apenas pelo fato da banda ter tido um enorme sucesso no início...Faremos um show de rock, com pitadas de folk - que é uma característica do Nenhum desde o início - e com o clima de música para cantar em acampamento. Good Vibrations, como diziam os Beach Boys!
Assista ao comercial do 6° Tendencies Rock Festival que tem sido veiculado na Tv:
Uma das eternas reclamações de um roqueiro é a ausência do rock na programação das rádios comerciais. Isso não é um problema que acontece só em Palmas ou Gurupi, e sim no país e no mundo inteiro. As rádios boicotam o rock sabe lá o porquê. Dizem que o público não gosta. Que público é esse, cara pálida? Vai dizer que o público gosta mesmo é de ouvir “isabelaaaaaa...” ou “é muxexé, é muxexé”?!
Em uma visita recente aos estúdios da 96 fm, descobri qual o “mistério” para que todas as rádios do Brasil toquem sempre as mesmas músicas, não importa o quanto você mude de estação. As rádios se orientam por um top 40 de músicas mais tocadas nas rádios brasileiras. Por isso as mesmas músicas continuam tocando por vários meses e a saturação toma conta da programação musical. A única brecha para a renovação da grade é o jabá que as grandes gravadoras oferecem para as rádios comerciais mais influentes do país.
Atualmente, muitas de nossas bandas de rock favoritas preferem manter a integridade no meio independente a serem “profundamente orientadas” em seus trabalhos produzidos pelas gravadoras multinacionais. Ou seja, mal tem grana para gravar as músicas, imagina pagar um jabá para tocar no rádio.
Em Palmas, a 96 fm é a única que ainda tem uma cota para o rock na programação. O 96 Rock, comandado de forma descontraída por Nício Miranda e Lex Luthor, existe há mais de três anos, porém assim como tudo relacionado ao rock na cidade, tem crescido muito mais de um ano pra cá.O programa é transmitido ao vivo todas as sextas-feiras, às 21hs, e com reprise às 00hs de segunda para terça-feira, horários totalmente desprivilegiados. Para driblar algumas das dificuldades impostas, o 96 Rock tem utilizado algumas artimanhas muito bem, como tocar músicas de bandas locais, além de convidar integrantes de bandas como a Boddah Diciro para conduzir blocos do programa, criando maior afinidade entre o programa, as bandas e os ouvintes.
Outra importante ferramenta para tornar o 96 Rock mais acessível foi a criação do perfil no myspace, onde a programação é hospedada e atualizada semanalmente para o ouvinte acompanhar na hora que puder e quiser.
Com toda essa evolução do programa, alguns ouvintes fiéis já começaram um movimento na comunidade do programa no Orkut para que o 96 Rock seja diário. Se vai adiantar ou não, não dá pra saber, mas faça barulho você também neste link.
Enquanto isso, Paraíso anda com o rock muito bem das pernas (ou dos ouvidos!).
É que lá, a principal rádio (Cidade 104,9), que por sinal tem caráter comunitário, possui um programa de rock DIÁRIO com 60 minutos de duração! Pois é, é de dar inveja mesmo! E não pense que o programa é nas coxas, pois ele é conduzido por quem saca de rock: Fernando Cachorrão, o guitarrista da elogiada banda Poetas do Caos, acompanhado de seu amigo Erivélton. O programa se chama Confraria do Rock, é transmitido de segunda a sexta às 20h, e toca desde Heavy Metal e Hard Rock a Punk Rock clássico e Rock anos 80. Pra quem não é de Paraíso, dá pra ouvir o programa ao vivo pelo site da rádio.
Até onde sei, são esses os únicos programas de rock nas rádios do estado do Tocantins. Quem souber de alguma outra, avise aí nos comentários por favor.
UPDATE#1: Poucos minutos após a postagem deste texto, Walison Rodrigues, vocalista da banda miracemense Stiff, entrou em contato comigo para falar que em Miracema também tem um programa de rock na rádio local. O programa pertence a grade da rádio Miracema FM e se chama Estúdio 104. É apresentado pelos jovens Walison Rodrigues e Rogério Alvez aos sábados e domingos das 13h às 15h. A programação varia do Folk ao Metal Extremo. Dá pra acompanhar ao vivo pelo site da emissora.
Ao vivo (sábados e domingos das 13h às 15h): Rádio: 104,9 Site: http://www.miracemafm.com/ Pedidos: Email: tonamiracema@hotmail.com Telefone: (63) 3366-1500
O Lockfist 669 é a banda da vez na série de entrevistas 6° Tendencies Rock Festival, uma banda pra headbanger e hardcore nenhum botar defeito. Um som brutal e técnico que com certeza vai incendiar o “circle pit” na noite do dia 25 de abril, a banda que já passou por aqui há dois anos, no 4° Tendencies Rock, deixando escombros pelo caminho, tem influências que vão do Hardcore ao Death Metal, tudo de rápido e pesado sem perder a versatilidade nos riffs e nos arranjos em geral.
Confira agora um pouco sobre a história, os roles, as mudanças, as influências dessa banda e também sobre o novo CD que será lançado no solo quente de Palmito City (com permissão do amigo Intolerante).
Nausearréia: Então rapaziada queria agradecer por dar uma força pro trabalho do Nausearréia Zine Blog, e vamos lá ao que interessa. Fala um pouco da história da banda, quando e onde começou e quais as mudanças que já ocorreram na formação?
Renato Machado -O LOCKFIST 669 começou um ano após eu ter saído do Aleister C. (banda de Mogi das Cruzes-SP). Comecei a compor alguns riffs em casa, até que senti que aquilo poderia evoluir e se tornar uma nova banda. Em junho de 2005 procurei por pessoas competentes que estivessem afim de levar uma banda à sério. Uma coisa importantíssima era que todos teriam que morar na mesma cidade(São José dos Campos-SP), pois isso facilita e muito o desenvolvimento da banda, ensaios, etc.Em dezembro do mesmo ano já estávamos gravando nosso primeiro CD.Sobre mudanças de formação, baixista Rafael foi uma grande perda pois era muito amigo nosso, mas infelizmente ele teve que mudar de cidade e não pôde continuar na banda, já o antigo vocalista nós o demitimos pois havia total incompatibilidade profissional e pessoal. Mas para o seus lugares foram convocados Davi Diziabas(Baixo) e Alex Paloschi(vocal) que além de experientes e competentes em suas funções, são grandes amigos e acrescentaram muito para a banda.
Nausearréia: Qual o significado do nome da banda, quem escolheu e porque?
RM -Eu mesmo sou o pai da criança...rs. Existe uma banda norte americana muito pouco conhecida chamada Killing Culture. Eles só lançaram um CD, mas eu era muito fã dos caras, e eles tinham uma música chamada LOCKFIST. Achava esse nome muito forte, muito legal para se usar. Mas na época eu tocava em outra banda. Quando surgiu a oportunidade de montar uma nova banda pensei: vai ser LOCKFIST. Fizemos uma busca rápida na internet e descobrimos que existia uma banda da finlândia com o mesmo nome. Porém, não queríamos abrir mão dele e na mesma época, em 2004 para 2005 mais ou menos, estava uma moda muito forte de todas as bandas quererem pagar de satanistas.Não somos cristãos, nem satanistas, nossas letras seguem outras linhas bem diferentes. Não temos nada contra bandas satanistas, mas era foda ver qualquer bandinha de escola formada ontem, querendo usar 666, pentagrama, etc... Inclusive as bandas do chamado “new metal” da época usavam 666, bode, etc...mas não de uma maneira escrachada e proposital, e sim querendo pagar de mal mesmo!!rs... Então pensei: e se fizéssemos uma sátira com isso tudo? Ao invés de 666 usassemos 669 junto com o nome da banda? Assim permaneceríamos com o nome LOCKFIST, tiraríamos uma com essa molecada “encapetada” e ao mesmo tempo uniríamos o símbolo do capeta com o da sacanagem. Tem coisa mais maligna que isso?rs...
Nausearréia: Qual a principal mudança que teve no som da banda com a substituição do baixista e do vocalista?
RM -O Davi (baixista) é um amigo antigo que já tocou comigo em outras bandas, então tocar com ele é muito produtivo. Eu e ele temos a mesma pegada, a mesma “escola musical” portanto, as coisas fluem naturalmente. Já o Alexandre trouxe uma mudança radical no som da banda. Seu estilo de vocal é mais berrado, alternando partes mais graves e agudas, alem de possuir uma versatilidade incrível. Ele colabora muito com as letras – antes da entrada dele, eu escrevia as letras -, mas definitivamente seu vocal deu uma nova cara para o nosso som. Quando os dois entraram, já tínhamos o CD novo inteiro composto por mim e pelo baterista Jefferson. Mas eles acrescentaram muitas idéias novas, principalmente no processo de gravação e mixagem. Posso dizer que estou 100% feliz com este novo line up!
Nausearréia: Há dois anos atrás vocês deram um role por aqui, “destruindo” no 4° Tendencies Rock, então a expectativa da galera que viu aquele show está a mil. O que podemos esperar de novidade pra esse show de 2009?
RM -Quando fomos convidados pra tocar aí em 2007, não tínhamos muita idéia do que esperava por nós. Quem vive no Underground sabe que shows são sempre feitos de altos e baixos,tem dia que vc toca pra mil, duas mil pessoas, outro dia pra apenas dez pessoas. No ano passado tocamos com casa cheia abrindo para o Napalm Death em um dia e no dia seguinte tocamos em uma convenção de tatuagens em outra cidade, onde tinham uns 50 emos e apenas 1 único fã de som pesado no local. À cada música a gente ouvia apenas um grito solitário da platéia: yeahh...agora toca Slayer...rs. Enfim, a gente nunca sabe muito o que esperar. Mas Tocantins surpreendeu e muito nossas expectativas, casa cheia, pessoal muito fã de música pesada, e a interação com o público foi foda. Além do tratamento dispensado a nós pelo Porkão(grande amigo) e por toda a galera.Quanto à novidades com certeza será a inclusão das músicas novas no repertório. Como lançaremos o “Dead in a Second” aí, o show será baseado nas músicas dele, umas duas do primeiro CD e talvez um cover do Nailbomb(se der tempo).
Nausearréia: É uma grande honra para nossa cena ser palco para o lançamento do CD “Dead in a Second”, conta como foi o processo de produção e gravação desse projeto.
RM -Esse CD deu trabalho pra cacete, não sei se quero gravar outro em toda minha vida...rs. Mas falando sério, levamos 6 meses para finalizá-lo, foi um processo árduo conciliar a agenda de todos da banda com os horários de estúdio. Mas dessa vez queríamos um CD que pudesse demonstrar ao máximo à que viemos. Falei para todos na banda: levaremos o tempo que for preciso, mas este CD tem que sair o melhor CD de nossas vidas até hj. E todo mundo abraçou a idéia. Fomos muito detalhistas com cada instrumento. Só eu gravei 5 guitarras base,fora os arranjos, solos, etc. Mas valeu a pena, o CD superou todas nossas expectativas e os comentários de quem já escutou algumas músicas que disponibilizamos no myspace tem sido excelentes. Para nós é um grande prazer poder fazer o lançamento do nosso CD aí no Tocantins, fomos muito bem recebidos aí da primeira vez,era o mínimo que podíamos fazer agora. Apressamos as masterizações, parte gráfica, etc. e deu tempo de levá-lo prontinho aí pra galera de Palmas.
Nausearréia: Quem acompanha a cena do metal e do hardcore conhece e respeita bastante o batera Fernandão, que já tocou no Korzus, Pavilhão 9 e agora toca no Endrah e no Treta. Qual a ligação dele com o Lockfist, como formou essa parceria dele em uma faixa do novo disco e qual importância isso tem pra vocês?
RM -Conhecemos o Fernando quando abrimos um show do Treta. Ele de cara curtiu nosso som e vêio trocar uma idéia com a gente. Desde então mantemos contato e vira e mexe nos encontramos em shows em SP e arredores. Quando estávamos gravando o CD novo um amigo meu chamado Julio que trabalha muito pelo underground aqui em SP e também é amigo do Fernando sugeriu: pq vc não convidam o ele pra gravar um som? De cara adorei a idéia, afinal trata-se do maior baterista de metal do Brasil. Liguei pra ele e a resposta foi: claro, curto o som de vcs!!! A participação rolou na faixa “End of an Era” e ficou animal. A importância disso pra gente, além de ter uma influência dele em uma de nossas músicas, é com certeza a credibilidade que ele carrega por ter o nome que tem. Ou seja, só teve a somar para o LOCKFIST 669. Ah, e alem do Fernando, outras duas participações importantíssimas rolaram no nosso CD, a do Antônio Cozta(Ophiolatry) e Edu Boccomino(Ex-Scars, atual Chaosfear).
Nausearréia: Mano fala algumas das influências da banda, cinco nacionais e cinco gringas.
RM -Das gringas são: Slayer, Cannibal Corpse, Chimaira, Machine Head e Napalm Death. As nacionais são: Sepultura, Ratos de Porão, The Mist, Korzus e Endrah e se puder mais uma, eu citaria o Eminence de Minas Gerais que tambem é muito foda!
Nausearréia: Um lance curioso quando se acompanha um tour underground que passa por todo o Brasil é o fato de acontecer um grande números de shows no estado de São Paulo, gerado pela proximidade das cidades e também pelo público em maior número, diferente das regiões Norte e Nordeste. Fala um pouco da cena hardcore/metal da cidade de vocês, algumas bandas que representam e também algumas bandas da nossa região vocês conhecem.
RM -Realmente SP tem um numero bem maior de festivais e bandas. Mas não pensem vcs que isso é algo vantajoso. Costumo dizer que atualmente SP tem mais bandas do que público. Então muitas vezes vc vê mais gente encima do que na frente do palco. A gente tabalha duro e divulga bastante nosso som para que isso não ocorra conosco, mas infelizmente isso rola com muita gente pois há uma saturação de bandas e rolam shows à todo o momento, inclusive shows gringos.
Mas mesmo assim acontecem eventos legais, bem organizados e que a galera comparece em peso.
Existem boas bandas de Metal e HC na nossa região. O Ophiolatry faz um Death Metal brutal e dispensa comentários, os caras já fizeram 2 turnês na Europa tocando com grandes nomes e estão voltando para a terceria. Outra é o Chaosfear(São Paulo – SP) os caras moram a 80 km da gente, mas não podíamos deixar de cita-los. Fazem um puta som de cair o queixo, quem não conhece, recomendo!!! Aqui na nossa cidade tem boas bandas como: Alianzza, DxSxT, Abulia, Chaos Synopsis, Morfolk, etc. Mas temos amigos além do metal e hardcore que merecem destaque como o Elegia(na linha mais gótica), o Voltz e o Mackzero5 que fazem um pop rock muito foda e logo devem estar estourando por aí.
Da da região de vcs conheci algumas bandas quando tocamos aí da primeira vez e depois fuçando pela internet. Acho muito interessante o trabalho do Boddah diciro, sou fã do A Baba de MummRa e seu profano bode core...rs,estou ansioso para ver os shows de bandas como Mata Burro, Cranium Bash e Críticos Loucos, pelo pouco que pude ver na internet, parecem ser bandas bem legais.
Nausearréia: Agradeço novamente a parceria do Lockfist 669, um grande abraço e esse último espaço pode aproveitar pra fazer algum comentário, convidar a galera pro show ou qualquer outra coisa, e até o Tendencies Rock Festival.
RM -Nós agradecemos demais a participação e a oportunidade de dar essa entrevista à vcs pouco antes do show em Palmas. Parabéns pelo trabalho que vcs estão desenvolvendo e pelas perguntas muito bem elaboradas que nos enviaram. Estamos muito ansiosos para este show. Não escolhemos o lançamento do nosso novo CD aí por acaso. Sabemos que a galera daí vale muito à pena!!! Vamos quebrar tudo no dia 25 com vcs. Um grande abraço e até lá!!!
Faça o download de Inside, primeiro CD da banda, diretamente do site oficial. É só clicar aqui.
Após a bem-sucedida primeira edição do Festival de Videoclipes Independentes de Miracema, ocorrida durante o 5° Agosto de Rock, a Inusitada Produções transformou o festival em evento paralelo a próxima edição do Agosto de Rock, e já estão abertas as inscrições acompanhadas de envio de material até o dia sete do mês de agosto.
No ano passado, o vencedor da categoria melhor videoclipe independente tocantinense foi o clipe da música Carta aos 26, da banda CriticosLoucos, produzido por Caio Brettas (Trade Rock). Possivelmente após este clipe, que pode ser considerado um divisor de águas no profissionalismo do rock local, outras bandas já enxergam a produção de seus clipes como realidade. O Engenho Novo lançou no mês de fevereiro o clipe da música Amuleto produzido pela Fábrica Produções, e a Boddah Diciro está prestes a lançar o clipe da música Strange, faixa-título do álbum de estreia da banda.
Na categoria melhor videoclipe independente nacional, o Charme Chulo, de Curitiba (PR) foi o vencedor com o clipe da música Mazzaroppi Incriminado, produzido pela Destilaria do Audiovisual. O grande destaque foi que a premiação não ficou apenas no troféu, o Charme Chulo foi convidado para tocar no 6° Agosto de Rock, que ocorrerá no dia 22 de agosto. Ou seja, bandas de fora, deem atenção ao festival.
O trio de rockabilly Crazy Legs formado por McCoy (bateria), Carl Horton (vocal/guitarra) e Sonny Rocker (contra-baixo) já veio três vezes a Palmas. Eles estão há quase 15 anos na ativa, sendo quatro com a atual formação, e são referência nacional no estilo. A banda liderada pelo pianista Alex Valenzi também tem uma linha de influências anos 50, e conta com dois Crazy Legs em sua formação (Carl Horton e McCoy), sendo completada pelo baixista Leandro Negri. Neste mês de abril, eles participam de um mega festival de rockabilly em Las Vegas, EUA.
Vale lembrar que Carl Horton, é Caio Durazzo, que ministrará a oficina de guitarra para rockabilly, aberta ao público no Tendencies Music Bar, a partir das 17hs do próximo dia 24.
Chega de papo e vamos a entrevista.
Nausearréia: Diferentemente do Crazy Legs, sua outra banda ainda é desconhecida por aqui. Gostaria que você nos apresentasse Alex Valenzi & The Hideaway Cats. Como foi esse lance da banda surgir nos EUA contando em sua formação com o Jim Nolen, baixista da banda de Jerry Lee Lewis, e depois se mudar para o Brasil?
McCoy:A banda foi formada por Alex em 1993 quando ele decidiu consolidar uma carreira musical nos EUA, mais precisamente em Memphis/TN. Depois de algum tempo na cidade ele conheceu um pessoal no club Hernando’s Hideaway, que foi um local super tradicional da cena musical em Memphis e formou a banda.
Depois devido a um acidente onde cortou profundamente sua mão, Alex voltou para o Brasil para uma cirurgia e outras oportunidades apareceram, então um novo line-up da banda foi formado com músicos brasileiros.
Nausearréia:No ano passado, o Crazy Legs também tocou no Tendencies Rock Festival. O Plebe Rude (DF) era o headliner da noite. No entanto, foram vocês que mais se destacaram naquela noite colocando a galera para dançar. O que você lembra desse show e qual a expectativa para o próximo?
McCoy:Fico lisonjeado em saber que nos destacamos bastante...o que me lembro era que o pessoal foi muito receptivo, quando entramos no palco rolou aquela gritaria, pessoal pedindo musica, muitos aplausos, pessoal dançando sem parar e fizemos mais umas três músicas como bis.
Pretendemos para nosso próximo show na cidade, um show de rockabilly com muita energia e também mostrar algumas músicas de nosso novo CD que esta para sair em Maio.
Nausearréia:O rockabilly apresenta alguns elementos característicos como topetes, paixão por carros antigos, roupas retrô e pin-ups. Qual a história do rockabilly na sua vida?
McCoy: O rockabilly entrou na minha vida eu era um moleque e nem sabia deste nome ou rótulo. Tinha seis anos e ganhei de presente da minha mãe uma coletânea do Elvis Presley (em LP é claro). Aquele ritmo despertou muita curiosidade e passei a perguntar para os meus pais se haviam outros artistas daquele ritmo e fui conhecendo Bill Haley, Little Richard. Nos anos 80 descobri o punk rock, pois havia começado a andar de skate e logo depois algumas bandas de rockabilly como o Stray Cats. Então no final dos anos 80 conheci outras pessoas com o mesmo gosto por música que o meu e vi que não estava sozinho no planeta... Daí em diante não parei mais de escutar rockabilly, curtir as roupas, os carros e toda uma cultura 50’s.
Nausearréia: Isso representa um estilo de vida pra você ou é só composição de palco mesmo?
McCoy: Isto é um estilo de vida para mim, o visual não tem muita diferença do modo que me visto quando passeio no shopping com meu filho ou estou no palco.... Mas quando o assunto é palco procuro caprichar um pouco mais!
Nausearréia:Ultimamente algumas bandas que misturam o estilo tem se destacado no rock independente do Brasil. O que você acha de bandas como Hillbilly Rawhide e Canastra? Quais outras bandas que você recomenda?
McCoy: Acho ambas as bandas que você citou bem legais...no momento não me ocorrem outras bandas para recomendar.
Nausearréia: Vocês já se arriscaram a fazer músicas em português? Porque a preferência por composições em inglês?
McCoy: Eu particularmente detesto rockabilly em português. Não acho que soa bem e pode até parecer clichê mas eu não consigo escrever letras em português. Já tentei escrever algo em português, mas achei que não ficou bom.
Apesar que por outro lado gosto muito de rock’n’roll e rockabilly em espanhol.
Nausearréia:Como você avalia essa valorização de bandas independentes que tem acontecido nos últimos anos devido a produção de grandes festivais voltados para o meio?
McCoy: Acho que isto é uma conseqüência do bom trabalho feito pelos idealizadores dos festivais e que os mesmos se preocupam com a qualidade das bandas escaladas ao invés de se preocupar em colocar os amigos para tocar....
Boas bandas com certeza irão gerar mais público para elas, para o festival e com um trabalho de qualidade feito com profissionalismo em nada vão perder para as ditas bandas do mainstream que são sempre “podadas” em sua essência por pseudo-produtores.
Nausearréia: O Crazy Legs já tem aproximadamente 15 anos e três álbuns de estúdio lançados. O que mudou na banda de lá pra cá e como estão os preparativos para o lançamento do próximo álbum?
McCoy: Sim temos quase 15 anos de banda, 4 albuns e diversas participações em compilações em selos especializados e mais um EP em vinil.
O que mudou na banda desde os nossos primeiros dias é que hoje existem bons festivais, ótimos clubs para tocar pelo Brasil, excelentes festivais, sites especializados e recursos para gravar um bom material... Quando começamos a cena underground não tinha todo o apoio que se tem hoje e para divulgar uma banda era mais dificil.
Nosso próximo álbum esta com previsão de lançamento para Maio e pretendemos fazer uma tour pelo Brasil e também dois vídeo clips.
Nausearréia:Como dono de selo (Bad Habits Records), qual a sua posição a respeito do download de cds completos?
McCoy: Claro que houve uma queda nas vendas de CDs com o advento dos downloads e hoje as grandes gravadoras são instituições falidas e sufocadas em sua própria ganância.
Minha opinião é que a Internet serve como um veículo de buscar informações e o download faz parte disto como uma ferramenta para se conhecer um artista e quem realmente gosta do conceito do álbum, com certeza vai continuar a comprar discos.
Nausearréia:De acordo com seu gosto pessoal, recomende um artista/banda, uma música, um filme e um livro.
McCoy: Um artista: Hank Williams
Uma música: Rose Of My Heart (Johnny Cash)
Um filme: Letters From Iwo Jima (Clint Eastwood)
Um livro: Last Train to Memphis (Peter Guaralnick)
Nausearréia:Desde já, agradeço pela entrevista. Sinta-se a vontade para falar algo mais que quiser.
Assista a série de vídeos com o Alex Valenzi & The Hideaway Cats tocando e sendo entrevistados no programa Show Livre, apresentado por Clemente (Inocentes/Plebe Rude):
Aqui em Palmas o Tendencies Music Bar está em reforma e tem feito muita falta para o público roqueiro. A única programação prevista neste mês parece ser mesmo o tão aguardado 6° Tendencies Rock Festival, que temos comentado pelo blog. Enquanto isso, finalmente surgiram alternativas para nós. E como sempre acontece aqui na capital, quando surge algum evento após semanas de marasmo, são dois eventos de uma só vez. No entanto dessa vez dá pra conciliar horários e sem precisar gastar muito.Inicia hoje às 16hs no Espaço Alta Tensão, o projeto Tarde 40° da produtora de vídeos underground Trade Rock, que viabiliza ensaios abertos (de graça mané!) de algumas das principais bandas de Palmas. Será uma banda a cada sábado, começando hoje com o pessoal do CriticosLoucos. Tudo bem que sábado a tarde costumar ser um tédio: gente chata te entediando ainda mais no msn, programação descartável na TV e um calorzinho que não dá o menor ânimo para pisar fora de casa. Mas diz aí se não deve ser bom tomar aquela Antarctica trincando o copo de tão gelada, conversar com seus amigos e ainda ver algumas das principais bandas locais de Palmas tocando pra você sem pressa de ir embora? Supimpa né não?
Nos próximos sábados de abril, a programação do Tarde 40° é a seguinte:
Neste final de semana (dias 3, 4 e 5) também está acontecendo a primeira edição do Festival de Inverno de Taquaruçu, que promove um encontro regional de cultura através de apresentações musicais e teatrais, feira gastronômica popular, feira de artesanato, exposições fotográficas, exibição de curtas-metragens, além de palestras e debates sobre o turismo na região.
A programação se inicia ao pôr do sol em diversos pontos de taquaruçu, e só acaba no meio da madrugada (ou não) após os shows. Entre atrações regionais como Dorivã e Genésio Tocantins, teremos um convidado de renome nacional, que é o Geraldo Azevedo. Mas para o público roqueiro, a atração mais conhecida é da capital mesmo: a banda Engenho Novo, que tem mostrado muita evolução a cada show que faz.
O Engenho Novo apresenta seu espetáculo ‘Amuleto’ neste sábado a noite após o show de Geraldo Azevedo. Vale a pena dar uma escapulida para a serra, e ainda sentir um friozinho e curtir as cachoeiras.
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Sabe o que é um blog?
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E um Zine sabe o que é?
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