sábado, 11 de abril de 2009

6° Tendencies Rock Festival: Entrevista com Crazy Legs e Alex Valenzi & The Hideaway Cats - SP

O Nausearréia continua a série de entrevistas com bandas de fora do estado que tocarão no 6° Tendencies Rock Festival entre os dias 23 e 25 de abril. Desta vez, a entrevista será com McCoy, baterista das bandas Crazy Legs e Alex Valenzi & The Hideaway Cats.

O trio de rockabilly Crazy Legs formado por McCoy (bateria), Carl Horton (vocal/guitarra) e Sonny Rocker (contra-baixo) já veio três vezes a Palmas. Eles estão há quase 15 anos na ativa, sendo quatro com a atual formação, e são referência nacional no estilo. A banda liderada pelo pianista Alex Valenzi também tem uma linha de influências anos 50, e conta com dois Crazy Legs em sua formação (Carl Horton e McCoy), sendo completada pelo baixista Leandro Negri. Neste mês de abril, eles participam de um mega festival de rockabilly em Las Vegas, EUA.

Vale lembrar que Carl Horton, é Caio Durazzo, que ministrará a oficina de guitarra para rockabilly, aberta ao público no Tendencies Music Bar, a partir das 17hs do próximo dia 24.

Chega de papo e vamos a entrevista.

Nausearréia: Diferentemente do Crazy Legs, sua outra banda ainda é desconhecida por aqui. Gostaria que você nos apresentasse Alex Valenzi & The Hideaway Cats. Como foi esse lance da banda surgir nos EUA contando em sua formação com o Jim Nolen, baixista da banda de Jerry Lee Lewis, e depois se mudar para o Brasil?

McCoy: A banda foi formada por Alex em 1993 quando ele decidiu consolidar uma carreira musical nos EUA, mais precisamente em Memphis/TN. Depois de algum tempo na cidade ele conheceu um pessoal no club Hernando’s Hideaway, que foi um local super tradicional da cena musical em Memphis e formou a banda.

Depois devido a um acidente onde cortou profundamente sua mão, Alex voltou para o Brasil para uma cirurgia e outras oportunidades apareceram, então um novo line-up da banda foi formado com músicos brasileiros.


Nausearréia: No ano passado, o Crazy Legs também tocou no Tendencies Rock Festival. O Plebe Rude (DF) era o headliner da noite. No entanto, foram vocês que mais se destacaram naquela noite colocando a galera para dançar. O que você lembra desse show e qual a expectativa para o próximo?

McCoy: Fico lisonjeado em saber que nos destacamos bastante...o que me lembro era que o pessoal foi muito receptivo, quando entramos no palco rolou aquela gritaria, pessoal pedindo musica, muitos aplausos, pessoal dançando sem parar e fizemos mais umas três músicas como bis.

Pretendemos para nosso próximo show na cidade, um show de rockabilly com muita energia e também mostrar algumas músicas de nosso novo CD que esta para sair em Maio.


Nausearréia: O rockabilly apresenta alguns elementos característicos como topetes, paixão por carros antigos, roupas retrô e pin-ups. Qual a história do rockabilly na sua vida?

McCoy: O rockabilly entrou na minha vida eu era um moleque e nem sabia deste nome ou rótulo. Tinha seis anos e ganhei de presente da minha mãe uma coletânea do Elvis Presley (em LP é claro). Aquele ritmo despertou muita curiosidade e passei a perguntar para os meus pais se haviam outros artistas daquele ritmo e fui conhecendo Bill Haley, Little Richard. Nos anos 80 descobri o punk rock, pois havia começado a andar de skate e logo depois algumas bandas de rockabilly como o Stray Cats. Então no final dos anos 80 conheci outras pessoas com o mesmo gosto por música que o meu e vi que não estava sozinho no planeta... Daí em diante não parei mais de escutar rockabilly, curtir as roupas, os carros e toda uma cultura 50’s.


Nausearréia: Isso representa um estilo de vida pra você ou é só composição de palco mesmo?

McCoy: Isto é um estilo de vida para mim, o visual não tem muita diferença do modo que me visto quando passeio no shopping com meu filho ou estou no palco.... Mas quando o assunto é palco procuro caprichar um pouco mais!


Nausearréia: Ultimamente algumas bandas que misturam o estilo tem se destacado no rock independente do Brasil. O que você acha de bandas como Hillbilly Rawhide e Canastra? Quais outras bandas que você recomenda?

McCoy: Acho ambas as bandas que você citou bem legais...no momento não me ocorrem outras bandas para recomendar.


Nausearréia: Vocês já se arriscaram a fazer músicas em português? Porque a preferência por composições em inglês?

McCoy: Eu particularmente detesto rockabilly em português. Não acho que soa bem e pode até parecer clichê mas eu não consigo escrever letras em português. Já tentei escrever algo em português, mas achei que não ficou bom.

Apesar que por outro lado gosto muito de rock’n’roll e rockabilly em espanhol.


Nausearréia: Como você avalia essa valorização de bandas independentes que tem acontecido nos últimos anos devido a produção de grandes festivais voltados para o meio?

McCoy: Acho que isto é uma conseqüência do bom trabalho feito pelos idealizadores dos festivais e que os mesmos se preocupam com a qualidade das bandas escaladas ao invés de se preocupar em colocar os amigos para tocar....

Boas bandas com certeza irão gerar mais público para elas, para o festival e com um trabalho de qualidade feito com profissionalismo em nada vão perder para as ditas bandas do mainstream que são sempre “podadas” em sua essência por pseudo-produtores.


Nausearréia: O Crazy Legs já tem aproximadamente 15 anos e três álbuns de estúdio lançados. O que mudou na banda de lá pra cá e como estão os preparativos para o lançamento do próximo álbum?

McCoy: Sim temos quase 15 anos de banda, 4 albuns e diversas participações em compilações em selos especializados e mais um EP em vinil.

O que mudou na banda desde os nossos primeiros dias é que hoje existem bons festivais, ótimos clubs para tocar pelo Brasil, excelentes festivais, sites especializados e recursos para gravar um bom material... Quando começamos a cena underground não tinha todo o apoio que se tem hoje e para divulgar uma banda era mais dificil.

Nosso próximo álbum esta com previsão de lançamento para Maio e pretendemos fazer uma tour pelo Brasil e também dois vídeo clips.


Nausearréia: Como dono de selo (Bad Habits Records), qual a sua posição a respeito do download de cds completos?

McCoy: Claro que houve uma queda nas vendas de CDs com o advento dos downloads e hoje as grandes gravadoras são instituições falidas e sufocadas em sua própria ganância.

Minha opinião é que a Internet serve como um veículo de buscar informações e o download faz parte disto como uma ferramenta para se conhecer um artista e quem realmente gosta do conceito do álbum, com certeza vai continuar a comprar discos.


Nausearréia: De acordo com seu gosto pessoal, recomende um artista/banda, uma música, um filme e um livro.

McCoy: Um artista: Hank Williams

Uma música: Rose Of My Heart (Johnny Cash)

Um filme: Letters From Iwo Jima (Clint Eastwood)

Um livro: Last Train to Memphis (Peter Guaralnick)


Nausearréia: Desde já, agradeço pela entrevista. Sinta-se a vontade para falar algo mais que quiser.

McCoy: Muito obrigado pelo espaço! Rock on!

crazylegspalheta


Explorem os links!


myspace: Crazy Legs / Alex Valenzi & The Hideaway Cats



Assista a série de vídeos com o Alex Valenzi & The Hideaway Cats tocando e sendo entrevistados no programa Show Livre, apresentado por Clemente (Inocentes/Plebe Rude):


Por Daniel Bauducco

3 comentários:

Patricia Vera disse...

Adorei a entrevista!
Minhas expectativas pro show aumentando!

Rockabilly rules o/


beijo

Remo Augusto disse...

Sorte Sorte

Remo Augusto disse...

Muda o banner pra algo mais agradavel, algo novo, esse ja está saturado e enjoativo de se ver. Está encomodando.