O grupo que começou em Porto Alegre (RS) no ano de 1986 com o trio Thedy Corrêa (baixo e voz), Carlos Stein (guitarra) e Sady Homrich (bateria) virou quarteto em 1992 com a entrada de Veco Marques (guitarra e violão), e completou o quinteto em 1996 para enriquecer o som produzido através de João Vicenti (acordeom, teclados e vocais). A partir daí, jamais alterou qualquer integrante. Após um estrondoso sucesso nos anos 80 tendo a música Camila, Camila como a mais tocada no verão de 1986/1987, além do hit Astronauta de Mármore, a banda continua em atividade e está próxima de completar 23 anos de carreira, sem deixar de lançar discos cada vez melhores pela experiência obtida.
Com vocês, a entrevista com Thedy Corrêa, vocalista do Nenhum de Nós.
Nausearréia: O Nenhum de Nós foi formado logo após a saída do guitarrista Carlos Stein do Engenheiros do Hawaii. Na época, quais foram as vantagens e desvantagens de começar a banda com um ex-Engenheiros na formação?
Thedy Corrêa: Ele já tinha uma guitarra! Fora isso, nenhuma vantagem, pois acho que o Carlos nunca teve uma cabeça de EngHaw. Tanto que a música do Nenhum é bem diferente da dos Engenheiros.
Nausearréia: Após 22 anos de banda, a única mudança na formação foi a entrada de dois novos integrantes que se somaram ao trio original. Qual o segredo da banda para manter a mesma formação após tantos anos de convivência?
Thedy Corrêa: Não existe um “segredo”. Respeito, amizade e amor pelo que fazemos nos mantém juntos e na atividade.
Nausearréia: O Nenhum de Nós já fez versões bem sucedidas de músicas como Astronauta de Mármore (Starman, do David Bowie) e Eu e você sempre (Jorge Aragão). Vocês pensam em lançar um álbum só de versões?
Thedy Corrêa: Temos uma faceta de intérpretes que muito nos agrada. Recriar canções, dar uma leitura particular e de relevância artística é um desafio. Talvez ainda façamos, sim, um disco de intérprete.
Nausearréia: Algumas bandas oitentistas ainda vivem do passado. O Nenhum de Nós lançou em 2005 um excelente disco (Pequeno Universo), mesmo assim, nenhuma música jamais alcançou tanto sucesso como Camila, Camila e Astronauta de Mármore. Em sua opinião, qual a razão disso acontecer?
Thedy Corrêa: Assim como não existe uma boa explicação para se obter o sucesso, é difícil encontrar um diagnóstico preciso para os sucessos que não aconteceram. Creio que em uma escala menor – público mais do rock – conseguimos canções com tanto sucesso quanto estas. Paz e Amor, Você vai lembrar de mim, Vou deixar que você se vá e Julho de 83 são um bom exemplo disso.
Nausearréia: Qual disco você acha que deveria ter sido recebido com mais atenção/carinho e qual música você mais se orgulha de ter feito e gostaria que tivesse virado sucesso?
Thedy Corrêa: São dois: Paz e Amor e Histórias Reais Seres Imaginários
Nausearréia: Camila, Camila é uma canção que defende os direitos das mulheres. Quais são as principais causas sociais defendidas pela banda? Vocês participam ativamente de algum projeto?
Thedy Corrêa: Participamos e apoiamos o projeto Vida Urgente e o Instituto do Câncer Infantil de Porto Alegre. O Vida Urgente trata da conscientização do jovem em relação ao trânsito. Se beber, não dirija!
Nausearréia: Geralmente, as bandas gaúchas são facilmente reconhecidas por possuir um som característico. Na música Vou deixar que você se vá, a banda incorpora o acordeom em sua sonoridade, e isso deixa o som mais gaúcho do que o comum. Como é a relação da banda com a música regional gaúcha?
Thedy Corrêa: Temos muita relação. Além do Veco e do João Vicenti que trabalharam muitos anos diretamente nesta área, temos uma influência grande de artista do gênero, como Luiz Marenco.
Nausearréia: O Nenhum de Nós é uma banda muito conhecida no mainstream. Tenho informações de que vocês se declaram independente atualmente. Como é essa transição do mainstream para o independente?
Thedy Corrêa: Para nós ocorreu naturalmente, pois começamos muito cedo a criar projetos artísticos e só DEPOIS saíamos a procura de parceiros. Independência artística sempre foi nossa principal preocupação. Quanto aos meios, estamos sempre buscando e adaptando os novos meios ao nosso trabalho. Seja na tecnologia, na internet ou em alguma estratégia de guerrilha.
Nausearréia: Quais bandas deste novo cenário do rock independente nacional tem chamado mais a atenção de vocês e qual a diferença entre começar uma banda hoje e há 20 anos?
Thedy Corrêa: Posso falar das do sul. Gosto muito da Pública e do Dinartes. Hoje está mais difícil de começar, pois a eficácia dos canais de comunicação com o público está cada vez mais nebulosa.
Nausearréia: No Tendencies Rock Festival, será a primeira vez que vocês se apresentam no Tocantins, e também a primeira vez em um dos 38 festivais filiados à ABRAFIN (Associação Brasileira de Festivais Independentes). Quais são as expectativas da banda e o que tem preparado de especial para este show?
Thedy Corrêa: Creio que já era hora do Nenhum entrar em um festival independente. Como eu disse, desde cedo (1994) nos comportamos e conduzimos nossa carreira como banda independente.Tem muita gente que não enxerga isso apenas pelo fato da banda ter tido um enorme sucesso no início...Faremos um show de rock, com pitadas de folk - que é uma característica do Nenhum desde o início - e com o clima de música para cantar em acampamento. Good Vibrations, como diziam os Beach Boys!
Assista ao comercial do 6° Tendencies Rock Festival que tem sido veiculado na Tv:
Por Daniel Bauducco
3 comentários:
Para quem quiser conferir entrevista com vocalista Thedy acesse durante essa semana www.myspace.com/programa96rockroll
Sucesso galera
Cadê a resenha do festival? Quero saber como foi o evento. Abraço!
Até que enfim banda que preste!
Essa e Crazy Lags são as melhores!
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