O festival que estava marcado para começar às 20hs no Clube da Telegoiás, só teve início por volta das 22hs. Excelente horário para um festival com tantas bandas. No final esse atraso fez pouca falta, mesmo com o público formado por 90% de adolescentes com hora marcada para voltar pra casa.
Na véspera do festival, três bandas desmarcaram a apresentação por motivos particulares. No lugar de Clamor (Araguaína), Corja (Goiânia) e Territorial (Araguaína) foram convidadas as bandas gurupienses Piratas e Super Noise. Diferente do que aconteceu no último festival realizado em Gurupi, as bandas que tocaram não deixaram o público lamentar a ausência das bandas que não puderam vir.
Graças a essa substituição forçada de bandas, o público teve uma inesperada boa surpresa com o show de estréia da banda Super Noise. Formada por Reuel (guitarra/voz) e Bruno (bateria) do Nose Blend e o baixista Kleverson, a banda é bem diferente do Nose Blend. O som é mais trabalhado, não é pop, nem metal e nem hardcore. É rock! No curto show deles foram apresentadas quatro músicas: Tão Só, Se, Game Over e o cover desnecessário de Sentimental (Los Hermanos). Digo desnecessário porque só na música ‘Se’, a banda a já revelou qualidade diferenciada. Sem pressa, com certeza essa banda será um dos grandes destaques do ano no rock tocantinense.
Na sequência, outra banda da casa toma posição no palco. O Revolcity já começa avisando que pouco ensaiaram antes do show. Mas pra garantir o público na mão desde o começo, utilizaram de uma artimanha de duvidosa honestidade e abriram o show com Tora-Tora (Raimundos). A partir daí, a molecada não parou de pular até o fim do festival. O quinteto fez um show muito animado com letras adolescentes, como nas músicas Diploma e Sorriso Atrapalhado. Pra melhorar o desempenho no palco, podiam conversar menos entre si a cada intervalo de músicas.
A terceira banda a tocar foi o quarteto de heavy metal Discórdia. O destaque da banda vai para o vocalista/guitarrista, que apresenta carisma incomum a esse tipo de banda, além é claro da qualidade com que canta e toca ao mesmo tempo. Com algumas composições em português, o ponto alto do show foi quando tocaram Fear of the Dark (Iron Maiden) e a galera acompanhou nos ôoooo...Também rolou a música do Saint Seiya, do anime Cavaleiros do Zodíaco. O Discórdia seria uma boa opção para a próxima edição do Metal Night, em Palmas.
Sob o coro de "Chapinha" vindo da galera, já dá pra saber que a próxima banda a tocar seria a revelação miracemense Meros-Berros. Vestindo uma camisa do Olodum e com seus óculos fundo de garrafa, o vocalista Kélder anuncia três definições da banda: poesia musicada, punk rock e indie rock. Mas o que mais chama atenção no show deles é o punk rock clássico mesmo. Seja nas poesias marginais de autoria dos amigos Bento e Remo, seja nos backings vocals oitentista do guitarrista Cassio ou na agressividade do baterista Bob descendo a mão sem dó. Excelente show onde os veteranos do rock tocantinense (pra quem não sabe, eles já tiveram banda no início dos anos 90) puderam provar que o clássico é a melhor inovação do séc XXI.
Assim que cheguei em Gurupi, o Ivano falou pra mim: “Bauducco, hoje não vai ter presença de palco. Hoje eu vou cantar.” Pois é, parece que até a hora do show, o vocalista do Nose Blend teve tempo suficiente pra mudar de idéia. Mas o show não foi aquela desgraceira toda de sempre. Foi muito pior! Ou melhor?! Digamos que foi muito mais intenso. O guitarrista Reuel chamou atenção ao usar sua samba-canção de riquinho com notas de dólar estampadas durante o show. Nessa altura, boa parte do público tava bêbado, e o hardcore da banda só catalisou o efeito. Foram rodinhas violentas e montinhos no vocalista durante o show. Teve cover de Smell Like Teen Spirit (???), e músicas próprias como Em Guerra com a Guerra. Também foi curiosa a participação de dançarinos de trance-core que fizeram backing vocal durante todo o show da banda. Independente da zona que foi o show, o Nose Blend continua em ascensão, e hoje me parece com o que o Mata-Burro era há um ano. Agora vem a pergunta: como assim? O Mata-Burro era e agora não é mais?
Pela primeira vez em Gurupi, o Mata-Burro foi recebido como a grande atração do FMI. Prestes a gravar seu cd em Brasília, também era a primeira vez que os via ao vivo em sua nova fase. Dei uma olhada no setlist deles antes do show e só reconheci seis das 13 músicas, que segundo o guitarrista Tubarão devem compor o cd. O show começou com a instrumental Across the Lago (Whatahell??), e após umas três músicas pararam o show porque o Magrelo estava literalmente apanhando do pedal do bumbo, que estava desregulado para ele. Enquanto o problema não se resolvia, para não deixar o já cansado público desanimar, o guitarrista Thiago Carniça passou a improvisar Enter Sandman (Metallica), que foi embromado no vocal pelo baixista Bento e por Magrelo no surdo. Deu certo! O show voltou ao normal, a galera pirava, se batia, se jogava no chão, batia a cabeça na quina do palco. Tudo muito bonito de se ver! E a nova pegada thrash da banda deu o tom das músicas novas. Destaque para Falange. Entre as composições mais antigas, teve HC em Conceicity, Fumaça no Ar e Humanos. Esta última com participação de Hugão Cabeção, do Corell. Após o show foram vários cds vendidos, adesivos distribuídos e autógrafos em lugares estratégicos. Tem quem ache que tudo isso é thrash, e tem quem ache que tudo isso é trash.
Dentre quase 300 pessoas que compareceram ao evento pelo que estimei, aproximadamente 60 pessoas ainda ficaram para ver o pessoal do CríticosLoucos. A melhor banda de som pesado do Tocantins também se apresentou em Gurupi pela primeira vez. Quem ficou não se decepcionou. Praticamente todas as músicas do cd Coisas do Além foram tocadas, com destaque para Imperfeição e Apostasia. Ao fim do show, o vocalista Alan deixou a banda no palco e aconteceu o melhor momento do festival: um incrível solo de bateria do Thiago Play, com Daniel Canoli e Jefão fazendo a base no baixo e na guitarra, respectivamente. Esse momento foi um presente para quem ficou até o show deles e serviu para destacar a qualidade individual que a banda possui e deixar todos boquiaberto. Perdoem o clichê, mas foi uma aula de bateria.
Com menos de 30 pessoas ainda dentro do local, sobrou para os Piratas ter de encerrar o festival. Como o público já implorava pelo fim do show de tanto cansaço, o trio mandou no máximo cinco músicas. Mais uma vez rolou cover do Motorhead. E assim, por volta de 3h30 o festival já havia terminado de forma bem sucedida.
É importante dizer que quatro carros viajaram de Palmas a Gurupi só pelo festival, que também foi acompanhado de perto por Ronaldo Coelho, coordenador artístico e cultural da Fundação Cultural de Gurupi.
Agradecimentos: Thiago Guajarino e Valéria pela carona, Eduardo por confiar a casa em nossas mãos, Nose Blend pela recepção, Toca das Tribus pelas fotos e Paula Suzane por tornar a viagem muito melhor.
Por Daniel Bauducco
15 comentários:
Valeu pela presença bauducco...muito boa resenha... \0/...Abraço...
Ficou Fofs! (RSRSR)
Aprendeu fazer resenha né!
Du caralho essa, até agora a melhor. Parabéns.
Ah, e não me enche o saco porque eu disse isso falow!!!
Tá danadooo!!!!
que venham os próximos! o/
nao to puxando saco nao,
a resenha ficou muito boa!
ta pouxando saco sim.. ela é namorada dele e ele fez uma declaração pra ela no final da resenha! AHIUhiuaHUIAHui
Quase chorei só de ler...hauiahaiuhia
lugares estrategicos, mmmm
Fala aee! Tá muito massa esse blog aqui!! Sempre divulgando o que rola no meio undergrounde desse mundo Rock! Um grande abraço!
Valtinho & Inpluguedi
Ja deu o que tinha que dar neh... ta bom de ter outra coisa pra ler!
Daniel...apesar de bem tardia quero deixar meu registro neste blog...Conheci já há algum tempo, mas não sabia quem era o editor, e já admirei pelo detalhismo...apenas depois do FMI que vim saber...só podia ser estudante de Comunicação mesmo!
1. a expressão trance-core foi ótima, inclusive um dos backing é o meu namorado...rsrs
2. apesar de pequena, não só o Edu podia ter sedido a casa...na minha humilde kit-net poderia ter abrigado vc e sua namorada...
3. que possamos manter contato...lidianemoreyra@hotmail.com
Grande materia! foi realmente o que aconteceu no festival!
apenas discordo de uma coisa! vamos por parte: " o clássico é a melhor inovação do séc XXI". eu concordo com isso! + nao na sua colocaçao, o som que o meros berros tirou nao tem nada haver com os clássicos do rock´n roll, pode ser clássico punk! mas do rock´n roll nem um pouco... para tirar classicos do rock´n roll tem que ser mto músico e nao so bater e ficar nas msmas notas...
adorei conhecer o blog! estava passando por todos os posts e todos sao de otima qualidade! parabens! aahh, é só a minha opiniao, nao é intriga nao!
parabens e tchau!
Grande materia! foi realmente o que aconteceu no festival!
apenas discordo de uma coisa! vamos por parte: " o clássico é a melhor inovação do séc XXI". eu concordo com isso! + nao na sua colocaçao, o som que o meros berros tirou nao tem nada haver com os clássicos do rock´n roll, pode ser clássico punk! mas do rock´n roll nem um pouco... para tirar classicos do rock´n roll tem que ser mto músico e nao so bater e ficar nas msmas notas...
adorei conhecer o blog! estava passando por todos os posts e todos sao de otima qualidade! parabens! aahh, é só a minha opiniao, nao é intriga nao!
parabens e tchau!
Olá pessoal!!
Meu nome é Gilvan "Gil", sou de Manaus e tenho uma banda independente que toca composições próprias no estilo Rock Blues e também covers inspirados nos rock Blues clássicos de 60&70, como Jimi hendrix, the doors,john lee hooker, Steve Ray Voughan entre outros clássicos de 60 & 70. Gostaria de saber como participar da proxima edição deste festival?
Aguardo resposta.
e-mail: batera_ag@hotmail.com
Abraço e um bom fim de semana a todos.
amigo vai ser meio dificil. Os caras aqui querem ouvir só barulho para roda punk!
Adoraria ver vcs tocarem aqui mas nessa região só tem punk e trash! os caras são cabeças fechadas e tem medo de trazer gente como vc por que vcs vão detonar e fazer sucesso e eles não!
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