quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

A Última Canção - O desabafo de quem acredita no Rock no Tocantins

Bem caros colegas, seguindo uma tendência que hoje predomina na nossa capital, vamos falar de qualquer bobagem que a quem interessar possa fazer algum sentido um dia.

O ano de 2009 não começou bem, ao contrário do final de 2008. Aconteceram algumas festas no começo do ano que até fizeram algum sucesso, de repente vem aquela maré e nada dá certo.

A que se deve tal fracasso?

Onde está o danado público chiador que nem chiando está mais?

Bom, testemunhamos o fracasso de três eventos seguidos devido a ausência do público a começar pelo Grito Rock 2009, o primeiro festival de rock do ano e o maior festival integrado da América 'latrina', dois dias de rock, e várias atrações de fora do estado. Saldo final: RÉ mesmo sendo a primeira noite beneficente, com a entrada sendo apenas 1 kg de arroz ou Lt de óleo. Sem falar na ré da Seletiva, a ré do Alternaval e o cancelamento da Caravana para o Iron Maiden em BSB por não haver reservas. Seria um prenúncio da falência da pseudo-cena palmense? Talvez, porém, é o sinal de que se torna a cada dia mais necessária a renovação, a reforma, a mudança.

Nossos roqueiros não são mais roqueiros, são o produto da mídia. Hoje todos são alternativos. Mas como assim alternativos? Isso, uma espécie de Neo Hippie paz e amor, cachaça, sexo "assexuado", um comportamento resultante das modinhas 90tistas como o grunge e clubber, somadas com as indie e emo. O que era para ser o sucesso para todos com a nova e tsunâmica febre roqueirinha acabou se tornando uma espécie de praga, pois com a modinha veio a convergência ideológica, e sabemos que onde há convergência ideológica, há também amadurecimento de uma idéia, e com esse amadurecimento o extremismo e a ignorância prevalecem. Roqueirinhos classe média hoje em dia compram suas bebidas nas conveniências 24 Horas e vão para as praças sujar os canteiros, quando não preferem ficar com seus violões nas próprias calçadas dos eventos, isso é que é underground. O ano começa mal.

2009 também começa órfão. Muitas bandas pararam seus trabalhos como Corell, Albion, Mestre Kuca, Slaved Souls, Obitus Post, Tefilah, Meu xampu fede, HTTP e outras deram pausa pra reestruturação como Mata-Burro e Anorexia. A bruxa anda tão a solta que até o CríticosLoucos pararam devido a um acidente que vitimou seu guitarrista Jefão que está em recuperação. A coisa tá preta.Um fantasma volta a assombrar, o fantasma do “será que fulano dessa vez vai embora?”, se quisesse, não o culparia.

Mas a luta continua, as mãos que seguram os pilares do rock de Palmas são incansáveis. A vida segue, a guerra continua e mesmo com tanta macumba, olho obeso, com tanta merda, com tantos obstáculos, quem realmente ama o rock continua na luta, continua prestando sua colaboração e levantando a bandeira surrada e carcomida do Rock.

De todos os males, fez com que a renovação começasse simultaneamente em várias pequenas células. Isso mesmo, Células. Miracema, Araguaina, Gurupi e Paraíso vêm nos revelando gratas surpresas e nos mostram o poder das cidades suburbanas a Palmas. Bandas como Meros Berros, Poetas do Caos, Mucosa Anal, Cranium Bash e Piratas são o futuro, mas já se efetivam também como presente e dão o ar da esperança para a sobrevivência da contra-cultura.

Os comentários nas rodas nostálgicas de conversas sadias são amargurados, revoltados cheios de saudosismo, são pessimistas. O que será da nossa cultura? É o que perguntamos. Os órgãos responsáveis pela cultura não se interessam e os eventos são quase que totalmente filhos da iniciativa privada, e nossos roqueiros, ah nossos roqueiros...

Continuamos esmerilando essa pedra no meio do cerrado, quem sabe num brota uma gota de leite, ou um diamante, mas se der em merda e num tiver porra nenhuma, quem ama essa porra, continua na luta, sempre guerreiro, verdadeiros amantes do Rock.

 

Por Remo Daris

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Grito Rock Tocantins 2009 - Saiba quem perdeu

Como disse na retrospectiva sobre os festivais, o Grito Rock seria a alternativa de carnaval pra quem não gosta de axé, no entanto, nas duas primeiras edições não houve como disputar público com os blocos e seus famigerados abadás. Consciente disso, Porkão tentou ganhar o público antecipando a data do festival em relação ao carnaval, cresceu o evento pra dois dias de duração e colocou o valor dos ingressos a nível de caridade (1 kg de alimento na sexta e R$ 5 no sábado). No entanto, na sexta-feira também rolou o show do Engenho Novo, que acabou por volta de 1h30 e mesmo a pé, consegui chegar ao Tendencies a tempo de ver o show inteiro do The Stoned Hotel, e no sábado muitos usaram a desculpa esfarrapada que tinha a prova do concurso no domingo às 14hs. O resultado disso foi um público médio de no máximo 100 pessoas em cada noite. No mínimo, lamentável. Mas como é de ofício, vamos contar aos muito ocupados como foi o primeiro grande evento de rock do ano. 

O primeiro dia do Grito Rock Tocantins 2009 foi relatado por Remo Daris, porque como disse acima, cheguei apenas na última banda porque estava em outro show antes. 

O Vis Compulsiva iniciou o festival com o típico show clichê pra família. Destaque para a nova guitarrista Valéria e também a sensação que metade da banda mudou, mas o show continua com as mesmas músicas, e o carisma solilóquio do vocalista Anax continua bom pra quem é fã. 

A banda Essência de Horácio foi a segunda a tocar e junto do Vis Compulsiva foram as únicas bandas representantes da capital no Grito. Os tímidos e educados garotos de Palmas que mais lembra a velha guarda punk brasiliense continua a agradar quem desconhece. Bela apresentação. 

Os ladrões da noite vieram da cidade de Paraíso, o Poetas do Caos novamente roubou a cena no palco de concreto do Tendencies. Sensacional mais uma vez. É impossível de classificar a apresentação. Trata-se do real rock rural tocantinense. 

Direto de Goiânia e Trindade, o The Stoned Hotel fez seu show de estréia no Tendencies após 5 meses de ensaios. Quem ficou pra ver um som pesado saiu feliz e realizado. Trata-se de rock/metal/alternativo, o mesmo som daquela banda, o Helmet, maior influência da banda. O vocalista não é estranho na casa. Patrik já visitou Palmas por pelo menos duas vezes com o Just Another Fuck, sua outra banda. E desta vez mostrou outra faceta do seu potencial, sua enorme versatilidade. Destaque pro batera animal e o guitarrista peruano, principalmente no cover de ‘Ashes to Ashes’ do Faith No More. Show alcoolizado e fodaço! Depois disso, foi só diversão com a discotecagem retrô e amigos bêbados dançando. 

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Na segunda noite do Grito, cheguei ao bar por volta de 23hs da noite e haviam poucas pessoas do lado de fora. Pensei que lá dentro estivesse cheio, mas só tinham os integrantes das bandas enquanto o Piratas ainda passava o som. Diante de apenas umas 20 pessoas, não demorou muito para que o show começasse. 

O show do Piratas foi o primeiro deste trio gurupiense na capital, e eles demonstraram qualidade técnica, principalmente com o vocalista/baixista Gustavo e o jovem guitarrista Adailson. No show, eles apresentaram algumas de suas músicas próprias como ‘Morrer pela pátria jamais’ e ‘Farinha do mesmo saco’, além de dois covers do Motorhead e um do Metallica. A apresentação seguia a linha de influência destas bandas até que na saidêra eles cometeram o pecado de tocar uma balada de despedida, quebrando o ritmo pauleira do show. Ainda assim, é uma pena que tenha sido um show de luxo, pelo fato de praticamente só os membros das bandas terem acompanhado a apresentação. 

O Nose Blend foi antecipado para ser a segunda banda a tocar com a explicação de que era pra quebrar a sequência de três bandas de hardcore (além deles, Gonorant$ e Quebraqueixo). No palco, a banda mostrou que após ensaiar um período sem o vocalista evoluiu muito tecnicamente e está em sua melhor fase, com músicas mais bem trabalhadas e versáteis como a quase metaleira ‘Em guerra com a guerra’ e a melódica ‘Como um animal’. Destaque para o fim da dependência que a banda tinha pela presença de palco do vocalista. O show deixou o público boquiaberto e encantado, principalmente quando Reuel destruiu sua guitarra no fim ‘só porque ela falhou algumas vezes’. Foda! hehehe 

O Clamor representou o norte do estado e o som extremo. O trio liderado pelo baterista/vocalista The Raws ganhou a vaga para o festival através da seletiva realizada no último dia 24 no próprio Tendencies. A banda mostrou toda a agressividade do seu som, mas o público estava apático, talvez por causa da chuva fina que caía durante o show. 

O próximo show foi dos candangos do Quebraqueixo. A banda formada por veteranos do rock de Brasília chamou bastante atenção por lembrar outra banda brasiliense que é muito adorada por aqui, o Macakongs. Inclusive o vocalista Evandro era do Macakongs nos três primeiros álbuns, antes do Traidô. O show apresentou músicas do cd Terra Torta, e com muito groove influenciado pelo Suicidal Tendencies. O Quebraqueixo ganhou o público de vez ao tocar covers de Holiday in Cambodia (Dead Kennedys), SxTx e Commando (Ramones). 

A galera já tava meio preguiçosa quando chegou a vez da última banda. Os Gonorant$ subiram no palco uniformizados com camisas listradas em branco e vermelho, como “indies cor sim, cor não”. Aquilo me fez esperar irreverência acompanhada de tosquice, mas quando o começou o show, a tosquice passou longe. O trio é formado por Eder (vocais/guitar), Vanessa (baixo/“Cecília cover”) e Rafael (batera/vocais) e mostrou no show que não é porque a banda é adepta de letras bem humoradas que a sonoridade não deve ser levada a sério. Os Gonorant$ divertiram o público com a divulgação de seu primeiro álbum recém lançado “Eu quero muito ser abduzido” com as músicas “Eu quero voltar pro saco do meu pai”, “Traficante de Rapadura” e o hit “As que dão dão” que teve o refrão cantado por todos: “as que dão dão, as que dizem que não são as que mais dão”. Pra quem não viu o show, as letras seguem a linha do Ultraje a Rigor com a melodia pesada dos Raimundos. O show ainda foi um revival do rock nacional anos 90, recheado de covers dos Mamonas Assassinas (Jumento Celestino e Débil Metal), Raimundos (Bê a Ba), e Little Quail (1,2,3,4 e Berma is a Monster). Aliás, foi quando a banda dedicou “Berma is a Monster” ao baterista do Quebraqueixo que percebi que tratava-se de Berma, o primeiro baterista da clássica banda brasiliense Little Quail and The Mad Birds. O público e a banda estavam tão empolgados com o show que os Gonorant$ tentaram encerrar a apresentação por duas vezes, mas não conseguiam. Somente depois de tocarem a música do Chaves (Se você é jovem ainda), é que infelizmente o show acabou. Satisfeito com o show, o Porkão já negocia com a banda como a primeira atração do próximo TO.M.E.

Quem assistiu aos dois dias de festival pode se considerar privilegiado por fugir da inércia que é a noite palmense e ainda conhecer boas novidades do rock local e nacional. Aos roqueiros de internet, só resta continuar curtindo suas bandas no youtube, myspace, tramavirtual, blogs e afins. Enquanto isso, a cena vai aprendendo a engatinhar sem os joelhos.

Por Daniel Bauducco

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Lançamento do clipe do Engenho Novo

Sexta-Feira, 13, o dia escolhido a dedo para o lançamento do primeiro videoclipe da banda Engenho Novo com a música Amuleto. Irônico, não? Após divulgação em massa pela internet, cartazes em pontos de ônibus e venda antecipada dos criativos ingressos de fitinhas do Senhor do Bonfim com as inscrições da banda, por volta das 23hs a portaria do Alta Tensão já estava muito movimentada e prometia lotar. 

Dentro do bar, as pessoas já podiam notar pela estrutura do palco que não era um show qualquer que iria rolar naquela noite. No lado oposto ao palco um telão pronto para reproduzir o clipe pela primeira vez ao público. Foi o que aconteceu: por volta de 23h40, o apresentador subiu no palco para chamar a atenção das pessoas e explicar um pouco do que elas veriam no clipe, com destaque para o deslocamento de lugar, época e personalidades. Com vocês, Amuleto – O Clipe:

 

A produção do clipe foi uma parceria entre a banda e Fábrica Produções que tem a equipe técnica formada por Pablo (diretor), Paolo (câmera) e Celso (assistente de produção). Foram 40 horas de gravações com a participação de 26 figurantes convidados especialmente, além da regravação da música Amuleto no Sonics Estúdio que foram transformados em 3:30s de som e imagem ou melhor: música e filme. 

Após a exibição do clipe, muitos aplausos e no palco o Engenho Novo já começa a tocar seguindo o tradicional figurino marcado pelas cores preta e branca . O samba-rock Gato no Teto foi a música de abertura. Com aproximadamente 15 músicas no setlist, parte do público cantava junto, outros observavam a banda pela primeira vez e em certos momentos todos admiravam a harmonia que estava som, iluminação, banda e público. O que destoava um pouco era o calor debaixo da tenda do local. 

No Empolgai, o Engenho Novo ficou caracterizado como uma banda bipolar por alternar baladas românticas com canções de letras irreverentes. Nem todo mundo aprovou esse experimento, e após mais alguns meses em estúdio, ao invés da banda optar por seguir um dos dois caminhos, eles surpreenderam ao expandir a sonoridade incorporando o violoncelo nas músicas Realejo e Namorandinha com a participação especial do professor universitário Chico Daher, e na execução da música Cansei de Tentar, onde o baterista Mário Igor começou tocando carrom e com o crescimento da música retornou a bateria. 

Por volta de 1h30, o show terminou e com a sensação de dever cumprido, a banda prometeu representar bem o Tocantins no Grito Rock Cuiabá no dia 28 de fevereiro. Em um show com mais de 500 pessoas no local, praticamente metade ainda permaneceu no evento para se divertir com a discotecagem do DJ Suxxx. 

Em seu segundo show oficial, dessa vez com produção 100% independente, a banda tocou como queria o tempo que queria. Fica a impressão que o Engenho Novo caminha à passos largos e ainda assim tem muito a crescer neste ano. 

Por Daniel Bauducco

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Metal Night - A Confraria dos Metaleiros Palmenses


O som e o telão já estavam a postos e na ativa e o relógio marcava 22 Hrs de sábado 07/02.Mas a festa, pra variar, começou pra valer na madrugada do domingo 08/02, pois a concentração de devotos do São Cantina das Trévas insistiam em permanecer do lado de fóra. E nem os esforços de Rafael, o organizador, em convidar quem estava fora a entrar adiantaram.
Mas quando engrenou, às exatas 00:00 Hrs, o público decidiu entrar de uma vez pra prestigiar o som que estava alto do jeito que todo mundo gosta, e no telão, o melhor do Heavy Metal, Manowar, Grave Digger, Stratovarius, Iron Maiden, essas coisas, e uma pitada de black e death metal.

O público surpreendeu, surpreendeu de verdade. Eu pessoalmente estimei 150 pessoas dentro do recinto. E dessas 150 apenas umas 30 estavam no show do Paul Di'anno, Predator, Holder, Harlequin... Incrivel.
No geral, nos finalmente, a festa foi um sucesso. Público comparecendo, nada de violencia, só alegria. Mas o público passou a festa toda sedento por uma rodinha.

Ao conversar com Rafael sobre por banda, ele me justificou, disse que até tentou entrar em contato com as bandas, mas que elas não manifestaram nenhum interesse e que porisso ele fez na base do Do it Yourself. Mas é um começo, uma iniciativa, e isso é underground.
Fica os parabéns pra organização que conseguiu a proeza de obter patrocinio para bancar uma festa sem banda tocando. Algo raro em Palmas-TO.

E nossa sugestão: Se as bandas daqui não querem, as de Araguaina e Gurupi querem (Corpusseco de Araguaina/Death Black, e Andromalius de Gurupi/True Black Metal).

Confusão = 00
Som = 100%
Vomitos = 04
Desacordados = 03
Chamadas de Samu = 01
Satisfeitos = Todos
Insatisfeitos = NINGUEM (Incrivelmente)
Saldo final = SUCESSO 

Por Remo Daris

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

O esboço de um circuito local independente - Retrospectiva Parte Final

O ano passado foi marcado por grandes shows e festivais pelo Brasil inteiro. A queda do dólar na época (chegou a custar menos de R$ 1,50 no primeiro semestre) facilitou a vinda de muitas bandas gringas clássicas como Iron Maiden, New York Dolls e Suicidal Tendencies, e outras em evidência como Muse, The Hives. Tá, mas o Tocantins está em outra realidade. Sempre teve rock aqui, mas só nos últimos dois ou três anos é que um esquema começou a se organizar com a participação de produtores, bandas e público. Os frutos têm sido colhidos naturalmente por todos os envolvidos. 

Os festivais são muito importantes por conta das relações de intercâmbio que promovem. As bandas se articulam entre si, principalmente quando vem banda de fora da cidade ou do estado. O público, que tem a vantagem de assistir muitas bandas por um preço baixo, mistura-se entre amigos dos integrantes, fãs das bandas, perdidos na noite, e claro roqueiros de todas as estirpes. A partir da satisfação do público e das bandas, os produtores consequentemente também ficam satisfeitos. Assim, aumentam as expectativas e possibilita mais patrocínios (quando existe!) para a próxima edição do evento. 

O objetivo deste texto não é favorecer nenhum produtor, somente destacar e reconhecer o sucesso de alguns dos eventos que mais marcaram 2008. 

O ano começou em Palmas com o tradicional refúgio dos roqueiros que não viajam durante o carnaval. O Grito Rock é considerado o maior festival integrado da América do Sul, mas no Tocantins ainda busca estabilidade, pois não é fácil fazer rock no carnaval daqui. Quem não viaja deixa as camisetas pretas de lado e veste um abadá colorido. Enfim, a segunda edição do Grito Rock aconteceu no Tendencies Music Bar, no dia 2 de fevereiro (pleno sábado de carnaval) e teve a participação de nomes fortes em suas cidades de origem como os goianos Mechanics e Necropsy Room, o mato-grossense Big Trip, além dos heróis locais Críticos Loucos e Territorial. 


Em março, o Tendencies Rock Festival chegou à quinta edição com uma mega-estrutura, nomes de destaque do rock nacional como Velhas Virgens e Plebe Rude, mais 14 bandas. No Tendencies, as bandas locais foram coadjuvantes e fizeram bem a parte delas. Entre as surpresas de fora, Crazy Legs (SP), Johnny Suxxx (GO) e Sick Sick Sinners (PR) fizeram uns dos melhores shows, enquanto Pecadores (SP) e Harllequin (DF) chamaram mais atenção por atitudes distintas como chocar os cristãos e reclamar do tempo cronometrado da apresentação, respectivamente. Mas o grande destaque foi mesmo Velhas Virgens. Com muita interação com o público, o show de quase duas horas dos putos beberrões (essa foi podre né?) fizeram um dos três melhores shows do ano e talvez o melhor de rock n roll que esse estado já viu. Veja aqui como foi. Pra 2009, já temos confirmados a banda pop gaúcha Nenhum de Nós (RS).

No mês de abril, André Porkão confirmou a vinda dos Raimundos para uma noite no Tendencies Music Bar. Muitos desconfiavam de que a banda ainda fosse produtiva após oito anos da saída do ex-vocalista Rodolfo. Ainda assim, mais de 500 pessoas lotaram o bar na noite de 13 abril e viram o que queriam: uma banda com excelente presença de palco e um setlist recheado de músicas conhecidas pela galera, que cantava junto. Acabaram os remorsos de todos que nunca viram um show da formação clássica, e ainda voltaram para tocar no TO.M.E. em agosto. Veja aqui como foi.


O 4° PMW Rock Festival se consolidou em 2008 ao trazer bandas de destaque no circuito nacional de festivais independentes e mostrar que pode crescer ainda mais nos próximos anos. Com 15 bandas e uma mega-estrutura, o evento foi realizado nas noites de 2 e 3 de maio. O grande nome do festival antes de acontecer era o Cachorro Grande, mas quem fez o show mais espetacular mesmo foi o Móveis Coloniais de Acaju, que já é reconhecido no Brasil inteiro. Outras excelentes surpresas foram os paraibanos Zefirina Bomba (banda mais carismática do festival) e os candangos Lafusa, que é aquela banda que lembra Los Hermanos. Hehehe... Também teve o fiasco dos roqueiros colegiais da banda Pleiades. Veja aqui como foi. Pra junho de 2009, já temos confirmado Ratos de Porão (SP) e Baranga (SP)

O Zoe Metal manteve a tradição festival de metal cristão. Em junho foi realizado o sonho antigo dos “metaleiros de cristo” com a vinda da banda que é referência do estilo no Brasil, Anti-Demon (SP). Ainda participaram outras quatro bandas de cidades diferentes: Arnion (Goiânia), Inpluguedi (Goianésia), Clamor (Araguaína) e CriticosLoucos (Palmas). Segundo comentários na época, o Anti-Demon não correspondeu às expectativas e o Arnion surpreendeu. 

O Junta Tribo foi o festival mais ousado do estado. Pode um cara de 21 anos de idade que não é filhinho de papai levar cinco bandas de rock pra tocar em uma cidade interiorana que não tem público acostumado a barulheira? Pode sim senhor! Foi isso que Daniel Barbosa conseguiu em Rio Sono. O festival mesclou  bandas experientes (Boddah, Críticos, Vertikal), aposta (Stiff) e a volta da Baba de Mumm Ra. Pra quem imaginava que a galera ficaria parada, durante o show do Críticos haviam mais de 15 pessoas pulando em cima do palco armado na beira da praia. Foi histórico! Veja aqui como foi.

O mês de agosto foi de muito rock! O maior festival do interior chegou a sua comemorada quinta edição. Até hoje lamento não ter ido para Miracema no Agosto de Rock, mesmo com algumas das bandas tocando no Tendencies Bar de vez em quando, só quem vê um show nas cidades do interior sabe o quanto a energia por lá é mais intensa. Foram 10 bandas, sendo uma de Brasília, Dona Rubina, indicada pelo Digão (Raimundos). As bandas locais eram compostas por algumas das melhores bandas que temos e outra iniciantes, sendo três de Miracema (Meros-Berros, Stiff e Raphiles). O evento também teve palestra ministrada por Rivas Araújo sobre a Pedagogia do Rock, e exibição do documentário Botinada sobre a história do punk rock no Brasil. Veja aqui como foi.

Cerca de uma semana após o Agosto de Rock, em Palmas aconteceu a segunda edição do Tocantins Música Expressa no Tendencies Music Bar. Em dois dias do festival de porte médio teve a gravação do CD/DVD da Baba de Mumm Ra, bons shows dos Raimundos, Amp (PE) e Graboids (GO). Além da constrangedora apresentação da banda goiana Sody e o desfile de clássicos do rock n roll com a banda “dos sonhos” Rockafellas, formada por Paul Dianno (ex-Iron Maden), Marcão (ex-CBJR), Canisso (Raimundos) e Jean Dolabella (Sepultura). Veja aqui como foi.


Em setembro aconteceu um dos eventos mais importantes para a cena local. O Mata-Burro sentiu que não dava pra esperar convites pra tocar e organizou o primeiro Burrada Festival convidando as bandas Albion, Boddah, Criticos Loucos, Corell e a revelação miracemense Meros-Berros. Pode-se dizer que o festival foi derivado da observação do Mata-Burro sobre a forma como é organizado o Agosto de Rock em Miracema. E disseminaram em Palmas a maneira corporativa de se organizar um evento: sem patrocínios e com o apoio dos amigos pra fazer as coisas acontecerem. Veja aqui como foi.



Posso dizer com certeza que o “primeiro filho ideológico” do Burrada foi o Empolgai, evento do qual participei da organização e aconteceu no dia 18 de outubro no Tendencies Music Bar. Mas não foi só isso. Com o status de festival cultural, no Empolgai foram reunidas três bandas que contam com estudantes de jornalismo em sua formação e todos se ajudaram para realizar um grande evento. Com ingressos no valor de R$ 4, o Tendencies ficou lotado com quase 600 pessoas e o público foi mesclado com gente que nem é do rock mas tava afim de ver a estréia do Engenho Novo, a Baba de Mumm Ra e a nova formação do Poetas Caos, além de marcar o lançamento da revista Klep, e a exposição de caricaturas de Ciro Gonçalves. 

Em busca do intercâmbio da cidade de Gurupi com as outras cidades do estado somado a falta de lugar pra tocar, o blog parceiro TOnounderground realizou seu primeiro festival e reuniu algumas das bandas iniciantes da cidade pra ajudar na organização e tocar no evento. De fora, foram convidadas as bandas palmenses Meu Xampu Fede e Vertikal, e o Territorial (Araguaína). Mas só veio o Vertikal porque as outras bandas tiveram problemas com os integrantes. Isso ajudou a focar mais nas bandas gurupienses. Veja aqui como foi. 



Em 2008 os “grandes produtores” também trouxeram shows de rock ou pop rock a Palmas. No show do Capital Inicial quem tava na pista não viu e mal ouviu o show, no show dos Titãs teve abada amarelo pra dar uma forcinha pra Nilmar e no show do Nando Reis houve falta de respeito com a banda Engenho Novo, que havia sido convidada pra tocar e na hora não deixaram. Enquanto tem gente valorizando esse tipo festa e pagando R$ 25 pra assistir um show a 30m de distância do palco, no underground tem quem pague R$ 15 pra ver shows cara a cara com o palco em dois dias de festival com quase 20 bandas de todo o Brasil.

Por Daniel Bauducco