quinta-feira, 24 de julho de 2008

Entrevista com o Mata-Burro

Em entrevista cedida ao Paranoid Zine de Goiania, Remo da banda Mata-Burro fala um pouco sobre o começo, presente e projetos da banda para o futuro.


Confiram a entrevista.

E aí Remo, quanto tempo de banda?

Opa, primeiro obrigado por chamar a gente pra bater um papo mano. Bom velho, 1 ano e alguma coisa. A gente começou em março de 2007, dia 8. Daí pra cá a gente tem se dedicado integralmente a esse projeto.

O que vocês querem transmitir com o nome Mata-Burro?
A idéia foi minha juntamente com o Fernando Punk, um velho amigo daqui. A gente costuma dizer que o nome Mata-Burro é uma analogia perfeita para uma banda punk ou hardcore-punk. Anti-conformismo, anti-violência social, anti-corrupção, etc.

Porque dois vocais?
Não foi algo planejado, foi uma conseqüência das definições do começo da banda, com a entrada de um "guitarrista de verdade" (rsrs), eu e o Ithalo decidimos não tocar e só cantar. E ficou do caralho, hoje nem eu nem ele consegue cantar uma das nossas musicas sozinho.

A demo ficou boa, parabéns! Como foi a correria da gravação e como vocês conseguiram a participação do Zé do Caixão?
A gravação foi feita nas coxas aqui mesmo, com a estrutura que havia em mãos pra ser feita, infelizmente não mixamos pra ficar um pouco melhor, mas é um importante registro pra nós. Estamos já preparando um grande lançamento pro próximo semestre.
O Zé do Caixão? Ele veio aqui participar de um evento de cinema, aí o Bento (baixista) trabalha na Fundação Cultural e teve contato com ele, daí chegou com o MP3 na mão e pediu na cara de pau hehe... e o Zé, na figura sensacional que ele é, gravou na hora.

Quais são as influência musicais de vocês? E o que vocês andam escutando?
Isso é complicado, as influências de cada um são muito distintas (Grind, Punk Rock, HC, Trash 80'tista, NYHC), mas o consenso recai sobre o hardcore nacional tanto o clássico quanto o moderno. Calibre 12, Lobotomia, Ação Direta, Lixomania, Restos de Nada, etc.

Se aqui no DF/GO já é difícil ter uma banda de HC, imagino que aí em Tocantins deve ser mais difícil ainda, fale sobre isso e também nos dê um panorama da cena HC de Tocantins, bandas, locais de show, selos, etc....
Bom pra mim tudo depende de você acreditar no seu trabalho e conseguir convencer que seu trabalho é honesto e verdadeiro. Aqui as portas não estão fechadas, estão encostadas e esperando você abri-las e acredito que em qualquer lugar é assim. É difícil se mover mano, dar o primeiro passo, fazer o corre. A gente conseguiu fazer sucesso com HC e em 1 ano velho, isso porque a gente adquiriu o respeito dos outros artistas, do público, dos produtores de evento e de quem apóia o rock. Mas ainda assim é difícil porque a gente não depende só da cena local, toda banda quer ultrapassar as fronteiras da cena local e isso depende um pouco mais do que seu trabalho ser honesto e verdadeiro, é peroba na cara-de-pau e abrir a mão pra viajar e pagar do bolso, vender merchandising, e se possível ajudar a carregar as caixas de som, colaborar com os eventos, porque o underground precisa sobreviver.
Sobre as bandas daqui, somos apenas 2 bandas de hardcore mesmo, nós do Mata-Burro e o Corell, mas tem a galera dos outros estilos, que vivem e respiram hardcore conosco, como o Anorexia, Tefilah, Mucosa Anal, Dose, Críticos Loucos, Territorial, Nose Blend, Baba de Mumm-Rá... Estamos formando uma cena fudida.

Vocês estão conseguindo tocar constantemente fora de Palmas, como estão sendo esses shows?
Esse ano viajamos pra caralho. Fomos pra Cuiabá-MT tocar no Grito Rock, Uberlândia-MG no II Cultura em Peso, em Goiânia no IV Tattoo Rock Festival. Dia 20/07 vamos tocar na festa de lançamento do CD Descaso do Maltrapilhos em Brasília e em Setembro no Independência e Rock em Caldas Novas. Bom isso é o que eu to sabendo hehe. Parece que vamos em Curitiba também.
Os shows fora são fóda pra nós, aprendemos muito e lá fora (nos outros estados), que a gente observa nosso trabalho melhor e passamos a ouvir o que estamos fazendo. Isso internamente, porque as viagem em si sempre são legais e as amizades feitas sempre inesquecíveis e enriquecedoras.

Gostaram do show no Tattoo Rock Festival em GYN?
Gostei do show do Endrah (com o vocal do Corréra) kkkkkkkkkkk... Vou falar sério, eu vi todos os shows e gostei de todos. Na nossa vez no sábado, foi pra fechar a noite e depois de Linha de Frente e Endrah, e todo público estava lá pra vê-los, depois que tocaram o publico vazou. Mas quem ficou viu o regaço feito pela modesta banda do TO. GYN é do caralho também né mano, temos muitos amigos lá, o Biula do CFC, o Japão do Motherfish, o Bruno do Urban Cannibals, você também Natal. Tem muita gente interessada no rock goiano e a gente valoriza isso.

E o show no DF junto com Os Maltrapilhos dia 20/07, como está a expectativa?
A gente foi convidado pelo Marcio pra tocar lá, e a gente tava feliz com isso. Mas quando eu vi que era com o Maltrapilhos, Macakongs e Galinha Preta que eu cai na real. Velho é um objetivo alcançado, a gente queria isso no começo, estar ao lado deles e tá rolando nesse evento. Além de ser bandas em que a gente se inspira, são nossos amigos também, o Phu, o Frango, o Marcio.
É um show importante também por ser no DF e ser um evento bem direcionado pro Punk/Hardcore. Queremos fazer o melhor show de todos e aproveitar a viagem ao máximo.
Dia 19 a gente para no caminho em Goiânia pra um show no Julio's & Blues Bar também. Tocaremos com Asas da Vingança, Impeto e Utgard Trolls.

Irão gravar outra demo ou já vão partir para um CD oficial?
Deixa eu divulgar uma parada mano, a gente saiu na coletânea Rock Soldiers XIII com duas músicas, Humanos e Armas de Destruição. Coletânea fudida com bandas do Brasil todo. Tá nas lojas e na internet o Cd pra comprar.
A gente quer gravar uma demo no próximo semestre, uma demo bem produzida e de nível pra trabalhar em cima dela, pra depois, em 2009 a gente gravar um CD oficial. Vamos fazer a captação toda aqui e vamos mixar com o Frango (Galinha Preta-DF) ou com o Phu (Macakongs-DF). Essa demo vai chegar bem mais longe porque o material que a gente tem pra gravar vai surpreender muita gente, vai ser hardcore pra nego sair de pescoço duro e se quebrar no mosh pit, letras inconformadas e entendíveis.

Espaço Livre
O trabalho independente feito por todos da cena ultrapassa o papel das bandas. Os Zines, os Blog Zines, os organizadores dos pequenos eventos e os roadies, os coroas formadores de opinião e você que paga as entradas dos showzinhos de rock no seu bairro sem perguntar se tem "meia". A cena e o rock dependem primeiramente do trabalho dessas pessoas pra depois nós, as bandas, pensarmos em adquirir algum reconhecimento, primeiro temos que reconhecer o trabalho de vocês. Obrigado.
O resto da rapa manda um abraço também, o Magrelo, o Bento, o Ithalo (Kid Kodó), e o Tubarão.

Vocês podem encontrar a gente no Orkut e no Myspace
http://myspace.com/mataburrooficial

Valeu Natal, feliz natal kkkkkkkkkk

Entrevista feita por Natal Daris (Paranoid Zine-GYN)
http://paranoidzine.blogspot.com


Por Daniel Bauducco

2 comentários:

Daiane Santana disse...

Hummmmmmm pow ... desejo sucesso para os meninos se4mpre e tenho certeza que disto não irei me cansar heheheheh

Fico feliz em saber que as coisas então encaminhando, desculpa pelas minhas faltas, mas são justas...

Abraços crianças!! :)

Engenho Novo disse...

Massa pacas a entrevista. Quero ouvir as músicas, mas sempre sinto falta das idéias dos caras. Quero saber sempre o que a figura pensa da vida, se condiz com sua música.
Apesar de ser big brother do íThalooo, ainda não tinha ouvido o CD, vou atrás neste exato momento.
A entrevista me deu tesão para ouvir os caras. Parabéns galera do Mataburro pelos caminhos, pelas vitórias e guitarras quebradas no Pará. Dani, cê já sabe sou seu fã.